O Governo angolano pretende avançar com a construção das primeiras três plataformas logísticas do país, entre mais de 40 previstas para interligar as redes de transporte, recorrendo à parceria com uma empresa privada.
A decisão foi tomada em reunião extraordinária conjunta das comissões Económica e para a Economia Real do Conselho de Ministros, realizada em Luanda sob orientação do Presidente do MPLA, Chefe do Governo e Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
De acordo com informação transmitida no final, a reunião permitiu aprovar o memorando de entendimento entre o Conselho Nacional de Carregadores (CNC) e a empresa Agility, estabelecendo os termos de referência para a implementação do acordo de concessão e modelo de construção e exploração das primeiras três plataformas logísticas.
Estas plataformas serão instaladas nas áreas de Massabi, em Cabinda, e nas zonas fronteiriças do Luvo, na província do Zaire (norte), e de Santa Clara, na província do Cunene (sul).
Segundo informação entretanto transmitida pelo ministro dos Transportes angolano, Augusto da Silva Tomás, o diploma agora fechado permitirá lançar a negociação com os privados para avançar posteriormente com a construção das primeiras plataformas, cujo período de concessão privada poderá chegar até aos 30 anos.
Angola prevê investir 3,9 mil milhões de dólares na construção de 44 plataformas logísticas por todo o país, para potenciar o desenvolvimento regional e nacional, interligando as redes de transporte com o restante continente africano.
O ministro dos Transportes defendeu que estas infra-estruturas assumem “um papel estratégico essencial para a interligação entre a produção, a distribuição, o transporte e o consumo” no país.
“E contribuem para a coesão territorial, económica e social do país, para a criação de emprego, para a promoção do crescimento económico das regiões do interior, para a correcção das assimetrias regionais”, apontou Augusto da Silva Tomás.
A futura Rede Nacional de Plataformas Logísticas envolverá ainda cinco polos logísticos, dez portos secos e cinco centros de carga aérea entre outras infra-estruturas de apoio na área das mercadorias e logística.
O projecto já está em curso e envolve nesta fase a aquisição dos terrenos necessários nas várias províncias, decorrendo em paralelo a elaboração dos respectivos estudos técnicos, de impacto ambiental e de viabilidade económica.
Está ainda prevista a interligação entre estas plataformas e a rede ferroviária nacional, com base nas linhas de Luanda, Benguela e Namibe, abrangendo os territórios de maior actividade industrial, mineira e agrícola, para escoar as mercadorias e optimizar a produção nacional.
Estas infra-estruturas estão classificadas conforme a relevância no contexto regional, nacional e continental, tendo em conta a prevista interligação com as redes de transporte (terrestre e marítima) de países vizinhos, a norte, no interior e a sul.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, mas o executivo tem em curso um programa para diversificar a economia, que fora do sector petrolífero vale actualmente cerca de um quarto das receitas fiscais nacionais.